Sócrates, afinal não fez pressão
O órgão regulador dos "media" ilibou o primeiro-ministro, José Sócrates, de alegadas pressões junto de alguns órgãos de comunicação social, mas um dos conselheiros da entidade discordou da decisão.
Em Abril passado, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) convocou para audições vários jornalistas, directores de informação e os assessores de imprensa do primeiro-ministro, a propósito da notícia "Impulso irresistível de controlar", publicada no semanário "Expresso", sobre alegadas pressões exercidas pelo Governo junto da comunicação social.
Na deliberação, que especifica três casos concretos analisados no processo, a ERC iliba a actuação de Sócrates, dizendo que não foi provada a intenção de impedir o PÚBLICO de investigar o seu percurso universitário e a Renascença de noticiar a investigação do jornal, sobre a polémica em torno da licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente.
No entanto, um dos quatro conselheiros que assinam a deliberação, Luís Gonçalves da Silva, discordou, defendendo que "existem elementos probatórios no processo que revelam a prática por parte do primeiro-ministro (tanto através da sua própria intervenção, como do seu Gabinete) de actos condicionadores do exercício da actividade jornalística, relativamente ao jornal PÚBLICO e Rádio Renascença".