Número para reflectir em tempo de férias:
empregados municipais faltam
em média um mês de trabalho
Cada empregado municipal falta, em média, um mês de trabalho por ano. O nível médio de absentismo para os 136,5 mil funcionários é de 22 dias úteis. O número é de um estudo da empresa de consultoria Deloitte, relativo à importância dos municípios no sector público e economia nacional, que toma o ano de 2002 como referência. O sumário executivo está publicado no site da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
O documento salienta o absentismo médio como um dos aspectos relevantes do emprego municipal, mas não descrimina as causas do fenómeno, que é visto na literatura como um problema de gestão de Recursos Humanos e de ambiente organizacional. A Deloitte considera ainda que "urge fomentar políticas de formação", já que 55% dos colaboradores municipais possui seis anos de escolaridade ou menos. Por outro lado, a idade média dos trabalhadores é superior a 40 anos e o período ao serviço do município é, em média, de 12 anos.
Para Fernando Ruas, presidente da ANMP, este estudo surge como uma forma de "acompanhar e controlar o posicionamento dos municípios no contexto nacional". É também, explica, uma forma de precaver "algum tipo de ataque menos fundamentado" relativamente à importância e papel das autarquias, além de ser "uma espécie de balanço social que convém aos municípios terem".
Quanto à taxa de absentismo apurada por este estudo da Deloitte, Fernando Ruas explica, que é um problema que "ultrapassa" os autarcas. Por outro lado, garante ainda o presidente da ANMP, esta é uma questão que "tem sido colocado à tutela" de forma recorrente. O fenómeno, e as normas por que se rege, terá de ser estudado, porque se trata, admite, de "um absentismo que é, de facto, elevado".
Usando como comparação o balanço social efectuado também com base no ano de 2002 pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho (MSST) - relativo ao universo de empresas com mais cem trabalhadores, verifica-se o absentismo no emprego municipal é 37,5% superior. Ou seja, cada trabalhador do sector municipal faltou, em média, mais seis dias úteis do que os funcionários destas empresas. A taxa de absentismo registada no Balanço Social de 2002 pelo MSST é 7,2%.