Salvar e defender o estado social
O "desafio central" que se coloca a um partido de esquerda moderna como o PS é salvar o Estado social, "o que só é possível com reformas que garantam a sua sustentabilidade", afirmou o ministro da Presidência e dirigente nacional do PS, Pedro Silva Pereira, no plenário de militantes da Federação do Porto. "Não podemos fazer como à nossa esquerda, que querem que tudo fique na mesma, nem como defendem à nossa direita, onde se propõe desmantelar o modelo social e enviar as pessoas para as mãos das seguradoras", disse.
Por outro lado, Pedro Silva Pereira alertou o PS para a sua "responsabilidade histórica" de aproveitar a primeira maioria absoluta que obteve para cumprir as promessas eleitorais que fez. "Uma coisa que não pode acontecer é o PS não estar à altura dessa responsabilidade histórica. Queremos chegar ao fim da legislatura, olhar nos olhos os portugueses e dizer que cumprimos", disse. O ministro da Presidência fez um balanço dos "quinze meses e três semanas" de Governo de José Sócrates, considerando que neste período foi levada a cabo uma "ofensiva contra a burocracia como nunca tinha havido".
E apontou exemplos como os da "empresa na hora", que, sublinhou, "agora já não é na hora mas em apenas 55 minutos". "Esta inovação era considerada impossível por muitos, mesmo em países desenvolvidos que agora vêm cá ver como fizemos para também adoptar a medida", referiu. Pedro Silva Pereira lembrou ainda os investimentos que o Executivo tem captado em moldes "como não havia em Portugal há 20 ou 30 anos", e a modernização da Administração Pública, nomeadamente através do PR ACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) e das novas leis orgânicas dos vários ministérios.
"Houve uma redução global de organismos e a criação de alguns, nos casos em que o Estado precisava de dar uma resposta mais eficiente", disse, acrescentando: "Não estamos aqui para dar um corte cego na Administração Pública. Só fazendo a avaliação organismo a organismo é que se saberá se há pessoas a mais ou não". Sobre os recentes indicadores económicos, o dirigente socialista garantiu que, apesar do desemprego ter aumentado, em termos percentuais, 0,2 por cento no primeiro trimestre de 2006 em relação ao período homólogo do ano anterior, foram criados 32 mil novos postos de trabalho. E sublinhou que quando o Governo entrou em funções a economia encontrava-se numa curva descendente, e "há meses que regista uma trajectória positiva, ainda que moderada".