Entrevista do Presidente da Câmara
Eduardo Brito ao Acção Socialista
"É preciso dotar o concelho de bons acessos aos principais eixos rodoviários"
Quais as principais iniciativas que a câmara tem levado a cabo neste mandato?
A Câmara Municipal de Seia escolheu para este mandato quatro áreas prioritárias de intervenção: o emprego, o acesso a melhores cuidados de saúde, o combate às desigualdades sociais, principalmente na área da habitação, e as questões relacionadas com o ambiente.
Temos, por isso, concentrado a nossa acção nestas áreas, e podemos dizer, agora que estamos na recta final do mandato, que os resultados são francamente positivos.
Que projectos mais relevantes estão programados até ao final do mandato?
Até ao final do mandato vamos ainda construir dois modernos Centros Escolares, alargar a rede de equipamentos culturais, com destaque para o Museu Natural da Electricidade e continuar o esforço de recuperação de habitações pertencentes a famílias com baixos rendimentos económicos.
Como é que o município, do ponto de vista turístico, tem valorizado o seu património?
O município dispõe principalmente de um valiosíssimo património paisagístico. Estamos inseridos numa área de paisagem protegida, que é o Parque Natural da serra da Estrela e que é simultaneamente o ponto mais alto de Portugal. É em torno da valorização deste património, preservando-o e divulgando-o que estamos a desenvolver o nosso trabalho.
Neste aspecto queremos destacar o CISE - Centro de Interpretação da Serra da Estrela, moderno e inovador equipamento de carácter cientifico que assume um papel de liderança na defesa, promoção e divulgação dos valores e características de todo o património humano e natural que formam a Serra da Estrela.
A câmara lançou um roteiro turístico das Aldeias de Montanha em redor do maciço central da serra da Estrela. Qual o objectivo deste projecto?
O objectivo deste roteiro das Aldeias de Montanha é dar a conhecer uma parte da Serra da Estrela, que até ao momento não tem sido tão divulgada e que possui belezas naturais extraordinárias e pessoas de grande qualidade humana.
De que forma a autarquia, no âmbito das suas competências, tem procurado travar a desertificação e fixar a população mais jovem?
O combate à desertificação é uma luta que uma câmara não pode fazer sozinha, é preciso políticas governamentais que ajudem nessa tarefa. No entanto, estamos a criar condições para que surjam novas iniciativas empresariais. Possuímos um moderno parque empresarial e estamos a lançar um projecto de empreendedorismo jovem capaz de atrair novas iniciativas.
A câmara tem alguns projectos em carteira que possam beneficiar dos fundos comunitários, no âmbito do QREN?
A Câmara Municipal de Seia vai apresentar os seus projectos no âmbito da NUT da Serra da Estrela e possuímos um conjunto de projectos em vários sectores de actividade: ambiente, infra-estruturas, requalificação urbana e ambiental, entre outros, que estão estimados em cerca de 40 milhões de euros.
Como avalia a actuação do Governo no que respeita ao concelho de Seia?
Apesar de reconhecermos que o Governo liderado pelo eng. José Sócrates está a resolver alguns problemas importantes que preocupavam o concelho de Seia, com destaque para a saúde (o novo hospital está na recta final de construção), é preciso fazer mais. É preciso dotar o concelho de Seia de bons acessos aos principais eixos rodoviários. Só com estes acessos é possível vencer as dificuldades que atravessamos: emprego e desertificação.
O que mais o motiva na sua actividade de autarca?
O poder contactar com os problemas reais das pessoas, o poder executar uma política de proximidade com os cidadãos, que é isso que fortalece a democracia e a actividade política.
Qual a sua opinião sobre a Lei das Finanças Locais?
Embora reconheçamos que o rigor deve marcar a actividade autárquica, a actual Lei das Finanças Locais é muito penalizadora para os concelhos do interior do país. Devem, por isso, ser criadas novas condições legais que promovam a coesão territorial.