PS e Governo repudiam declarações
antidemocráticas de Ferreira leite
Em reacção a estas declarações, o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alberto Martins, manifestou o "repúdio veemente" dos socialistas, considerando que as palavras de Manuela Ferreira Leite "são antidemocráticas, reveladoras de uma cultura autoritária e de ausência de cultura cívica". Numa declaração no Parlamento, Alberto Martins defendeu que "a democracia não pode ter intervalos de seis meses. O contrário da democracia é a ditadura e só quem não sabe o que foi a ditadura pode admitir intervalos lúcidos para a democracia".
O líder da bancada socialista lembrou que estas declarações "inaceitáveis" da líder do PSD surgem na sequência episódios anteriores "que têm já um traço muito significativo", como "o silêncio" sobre a suspensão do deputado na Madeira, as anteriores afirmações "xenófobas" sobre os imigrantes ucranianos e cabo-verdianos, a "insensibilidade social" com o aumento do salário mínimo e o "silêncio cúmplice" com o Banco Português de Negócios.
Questionado sobre se as declarações poderiam conter ironia, Alberto Martins considerou que há assuntos em que esse exercício não é possível. "Não há ironia quando se apela a uma ideia de interrupção da democracia. A democracia custou muito a construir aos portugueses, é uma ética e uma técnica, uma forma de Governo e um conjunto de valores e um dos valores essenciais é o da liberdade". Já o ministro dos Assuntos Parlamentares,