Vieira da Silva critica "afirmações graves" de Aguiar Branco
O coordenador da campanha eleitoral do Partido Socialista, José Vieira da Silva, lamentou hoje as afirmações feitas sexta-feira pelo vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, segundo o qual o executivo socialista é um Governo "sob suspeita".
"São afirmações graves, feitas no contexto de uma iniciativa pré-eleitoral desse partido (...), afirmações lamentáveis e que indiciam uma estratégia de recurso à insinuação, à maledicência, ao combate político ao seu mais baixo nível", disse hoje Vieira da Silva em conferência de imprensa, na sede nacional do PS. Segundo o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, "estas afirmações marcam um tom por parte do PSD para o debate eleitoral que o Partido Socialista gostaria de repudiar de forma muito clara".
"Se o PSD tem dificuldades - que são reconhecidas - de apresentar aos portugueses algo que se aproxime minimamente de um programa político ou se o PSD tem problemas - visíveis - de instabilidade interna, que não tenha ilusões, porque não é o regresso à política da difamação, dos ataques de carácter, que servirá para esconder esses problemas", sublinhou. "Este é um caminho inaceitável - prosseguiu - que não está à altura dos desafios e dos problemas que Portugal e os portugueses defrontam".
Estratégia eleitoral socialista está "há muito" definida
O coordenador da campanha do PS, José Vieira da Silva, defendeu hoje que a estratégia eleitoral do partido está "há muito" definida, reagindo a declarações de Ferro Rodrigues ao Expresso sobre eventuais coligações de um futuro governo socialista.
A última edição do semanário tem como título uma citação do ex-líder socialista Eduardo Ferro Rodrigues, segundo o qual o "PS deve desafiar PCP e BE para o Governo", seguida de uma outra: "e se não der, deve virar-se para o PSD - nunca para o CDS".
Vieira da Silva sublinhou que "o Partido Socialista já definiu há muito a sua estratégia eleitoral".
"É uma estratégia que se dirige aos portugueses, que se dirige ao eleitorado, nomeadamente ao eleitorado que votou no Partido Socialista e ao eleitorado que se revê na estratégia de modernização do país e de resposta à crise que temos vindo a desenvolver para que esse eleitorado nos dê confiança para governar", indicou.
"Essa é a nossa estratégia eleitoral. Qualquer outro cenário só será avaliado quando ele se colocar", rematou.
Moita Flores não vota em Ferreira Leite
O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, confessou que nas eleições legislativas não vai votar em Manuela Ferreira Leite, líder do PSD que o apoia na campanha autárquica e admitiu que "talvez" escolhe o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, no dia 27 de Setembro.
Numa entrevista dada ao semanário 'Expresso', o autarca independente confessa estar 'desolado' com o mandato de Ferreira Leite e anuncia que não irá fazer campanha pelo PSD. O desânimo de Moita Flores prende-se com a 'necessidade de uma mudança' no partido que 'não se confirmou'.
Descontente com o rumo do PSD, Moita Flores assume que, ao fim de quatro anos de coexistência, tem 'uma excelente relação de cooperação com este Governo' e que 'Santarém não se pode queixar'. E, apesar de considerar que o Executivo de José Sócrates foi 'desastradíssimo' nas áreas da Educação e da Agricultura, o autarca elogia o impulso dado às energias alternativas e à mobilidade eléctrica.